Cheguei por fim. Menti-te pelo caminho porque não queria que ao chegar se desencadeasse um conjunto de situações que me fizessem querer voltar àquele destino. Na verdade, sempre quis nunca o ter abandonado mas o tempo levou-me a fazê-lo. Mais uma vez, sei que gasto estas teclas sem qualquer propósito nem razão aceitável. Apenas o faço porque sim. Porque não. Porque talvez. Porque me apetece. Porque não quero voltar atrás. Porque talvez voltar atrás até seja algo bom. Volto a ser confusa? Já devias de saber que o sou quanto a este tipo de expressões, mas ao que parece, fui bastante clara no meu tom de voz que procurava apenas respostas. Aquele burburinho que criei fez com que atingisse-mos um consenso. Deveria ter sido há mais tempo, eu sei. Foi hoje quando cheguei. Vim a tempo? Diz-me! Vim a tempo? Cheguei à hora normal. As portas verdes estavam a fechar e as paredes azuis já só sentiam a luz do candeeiro. Não estava frio pois não? Então porque é que não parei de tremer? Ou melhor, parei quando aquela conversa terminou. Na origem da outra, encostei-me à parede, reparas-te? Não? Mas olha que devias. Ali, eu tomei consciência que não posso deveras voltar àquele espaço mas os meus olhos em conjunto com os meus pensamentos assimilaram muito. Sim, porque a noite sem vento, quente e luminosa de hoje, findou uma vez mais um dia cinzento e os teus olhos brilhavam e a tua voz contava tudo desde quando partimos. Não sei se pensas-te o mesmo, mas eu queria que hoje fosse diferente. Hoje eu queria que me dissesses que «se não podemos voltar ao passado e criar um novo início, porque não começar agora e criar um novo fim?»