Vem. Senta-te aqui comigo, mas não digas nada, simplesmente senta-te. Não faças barulho, nem digas uma única palavra, só preciso de ti aqui a meu lado, para que se eu precisar de chorar possa ter o teu ombro; se quiser falar, tu me possas ouvir; se quiser descarregar a minha raiva, eu te possa bater, sem nunca me interrogares sobre alguma coisa. Tu conheces-me, sabes como as coisas me magoam e sabes ainda melhor me dar a volta, pelo menos fazer-me sorrir. Vem. Senta-te aqui comigo. Quando perceberes que podes falar, fala. Mas diz-me coisas bonitas, preciso de as ouvir. Faz o meu mundo ganhar cor de novo; faz-me sorrir como antes; enche-me de mensagens a dizer “bom dia amor”. Vem e fica comigo. Agarra-me, protege-me. Sinto-me uma criança desprotegida, demasiado pequena para este mundo tão grande, em que só vejo infelicidade por todo o lado. Deixa-me fazer de ti uma base para os meus pés e o meu porto de abrigo para os dias em que a chuva toma conta de mim. Agarra-me. Se eu quiser ir embora, não me deixes ir, porque essa não é a minha vontade, é simplesmente os meus medos a falarem mais alto.
Vem e fica comigo.