Brasil: tema do aborto entra na campanha

A candidata do Partido dos Trabalhadores (PT) à presidência do Brasil, Dilma Rousseff, acusou este sábado de «hipocrisia» os que negam assistência às mulheres levando-as a recorrer ao aborto clandestino, e reafirmou ser contra esta prática, escreve a Lusa.

«Se não se fizer isso [dar assistência], nós somos aquilo que a Bíblia chamou de "sepulcro caiado" [uma metáfora bíblica para a hipocrisia]. Se caiar embranquece, mas continua, no fundo, a ser um sepulcro. A isso chama-se hipocrisia, que é fingir que não se vê que acontece, como se passa em todos os bairros pobres», disse Dilma Rousseff, citada pela Folha de S. Paulo, durante a visita ao lar Amparo Maternal, em São Paulo.

O aborto tornou-se um dos grandes temas da campanha eleitoral no Brasil depois de, na campanha para a primeira volta, terem sido conhecidas declarações antigas de Rousseff em prol da despenalização do aborto.

Apoio de peso

Entretanto, o arquitecto Oscar Niemeyer declarou este sábado apoio a Dilma Rousseff, que disputa com José Serra a segunda volta das eleições presidenciais no Brasil, a 31 de Outubro.

Niemeyer, de 102 anos, declara que vai votar em Dilma Rousseff, numa mensagem em vídeo divulgada no portal da Internet da candidata do Partido dos Trabalhadores (PT).

Num breve depoimento, o arquitecto sublinha que Dilma representa a continuidade do governo do presidente Lula da Silva que «pela primeira vez deixou o povo brasileiro sorrir um pouco».