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Rastreio do cancro colo-rectal com atraso

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Mensagem por ritandrade Sáb Jan 22, 2011 11:55 am

O cancro colo-rectal é, dos rastreáveis, o que mais mata e tem vindo a crescer. "Estamos a falhar na prevenção", alertou António Morais, responsável pelos programas de rastreio oncológico na Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), ontem, em Coimbra.

O médico falava do "Impacto do rastreio no cancro colo-rectal", na mesa redonda subordinada ao tema "Ainda se justifica o rastreio do cancro na Europa no século XXI?", no auditório dos Hospitais da Universidade de Coimbra. "Estamos a falhar redondamente no que se refere à luta contra o cancro no cólon e no recto", defendeu António Morais. O rastreio do cancro colo-rectal só arrancou em 2009, referiu, na sua intervenção.

"Deve haver um programa de rastreio nacional para o cancro no cólon e no recto", sustentou, explicando que "se não fizermos nada, continuaremos a ter um aumento [da doença] nos próximos anos".
No final da sessão, em declarações ao JN, reforçou a ideia: "Estamos muito atrasados" no que respeita ao rastreio desta doença. E deu o exemplo do rastreio do cancro da mama, que começou em 1990 e, hoje, "está mais ou menos estabilizado". O cancro colo-rectal, pelo contrário, "sobre 2, 3, 4% todos os anos e ainda não estamos a trabalhar como devíamos estar", prosseguiu o médico, notando que "devíamos ter já rastreios organizados", nos quais as pessoas entre os 50 e os 70 anos fossem convidadas a participar.

"É uma doença que está em progressão. Dentro dos cancros, é dos que estão a crescer mais, quer em termos de incidência - isto é, de novos casos - quer de mortalidade", vincou. "Quase todos os portugueses têm pessoas conhecidas ou familiares que tiveram cancro do cólon e do recto".

No entender de António Morais, deve haver uma "maior preocupação" relativamente a esta doença, "o cancro rastreável que mata mais, hoje em dia: mata homens, mata mulheres, incide em homens, incide em mulheres". Não duvida: "Temos de acelerar".

A ARSC tem em curso, desde Abril de 2009, um programa-piloto de rastreio do cancro colo-rectal que abrange 30 centros de saúde e, ao longo deste ano, deverá ser alargado a perto de uma vintena. Segundo António Morais, tem registado "taxas de adesão elevadas" por parte da população. "Detectámos 14 cancros até ao momento".

O rastreio está a ser feito através de pesquisa de sangue oculto nas fezes. Se o resultado for positivo, é necessário realizar uma colonoscopia total. "Provavelmente, no Alentejo e no Norte vão arrancar, também, projectos novos [de rastreio], durante este ano", afirmou ao JN.

António Morais explicou que o rastreio permite diagnosticar a doença "ainda antes de se instalar ou em fase muito precoce", sendo que "o diagnóstico, numa fase precoce da doença, faz com que as pessoas possam ser curadas, praticamente".
"95% das pessoas que são diagnosticadas numa fase precoce, ao fim de cinco anos estão vivas e saudáveis", clarificou. Mas, se a doença apenas for detectada numa fase mais avançada, "só entre 5 e 10% das pessoas sobrevivem ao fim de cinco anos".

António Morais disse, ainda, que se a qualidade de vida de uma pessoa tratada precocemente é "óptima", a de quem tem de passar por cirurgia, quimioterapia e radioterapia é "péssima". Os custos também são distintos: "O Ministério da Saúde, com cada doente oncológico avançado, gasta 20 ou 30 vezes mais do que com um doente que é diagnosticado precocemente".

jn
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