Obama renova apelo à tolerância religiosa

O Presidente norte-americano lançou hoje um forte apelo à tolerância religiosa e à unidade, na véspera do aniversário dos atentados de 11 de Setembro e quando as atenções continuam centradas no polémico pastor da Florida que ameaça queimar exemplares do Corão.


“Temos de garantir que não nos viramos uns contra os outros”, disse Barack Obama, numa conferência de imprensa na Casa Branca, pedindo aos americanos para “reavivarem o espírito de unidade” que marcou os meses seguintes aos atentados de 2001.

“É absolutamente importante que a maioria esmagadora dos americanos se mantenha fiel ao que a América tem de melhor – a nossa crença na tolerância religiosa e a clareza sobre quem são os nossos inimigos”, disse Obama, um dia depois de uma sondagem divulgada pelo Washington Post ter revelado que quase metade tem um “visão desfavorável” do islão. “Somos uma nação sob Deus. Podemos dar nomes diferentes a esse Deus, mas somos apenas uma nação”.

O Presidente norte-americano negou ainda que a sua Administração tenha empolado o caso da anunciada queima de exemplares do Corão que o pastor evangélico Terry Jones planeou para amanhã.

A imprensa americana noticiou que agentes do FBI visitaram Jones para o convencer a desistir da acção. Também o secretário da Defesa, Robert Gates, lhe telefonou com o mesmo objectivo. “Temos a obrigação de deixar claro que este tipo de comportamento ou ameaça põe em risco os nossos soldados”, avisou.

Ontem à noite, o pastor anunciou o cancelamento da iniciativa, com que pretendia homenagear as vítimas do 11 de Setembro. Anunciou, ao invés, que se ia encontrar com o imã responsável pela construção de um centro islâmico junto ao Ground Zero, em Nova Iorque, dando a entender que tinha obtido garantias de que o projecto será levado para outro sítio.

Mas esta manhã, depois de os responsáveis do centro não terem confirmado nem a mudança de local nem o encontro, Jones anunciou que, afinal, a queima do Corão estava apenas “suspensa”.

Ainda assim, houve hoje protestos contra a iniciativa em vários países muçulmanos. No Afeganistão, três pessoas foram feridas a tiro por seguranças privados de uma base da NATO junto à cidade Faizabad (Norte). Um responsável local anunciou que uma pessoa tinha sido morta, mas as forças estrangeiras não confirmaram a informação.

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